Senador discursou neste sábado, 20, na Marcha para Jesus em Curitiba ao lado do deputado cassado e atribuiu perda do mandato do ex-chefe da Lava Jato a ‘ressentimento’ e ‘ódio‘
Por Rayssa Mota
Do carro de som, na Marcha para Jesus em Curitiba, o senador Sérgio Moro (União-PR) voltou a criticar neste sábado, 20, a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que cassou o mandato do deputado Deltan Dallagnol (Podemos-PR) e o deixou fora da política pelos próximos oitos anos.
Moro evitou personalizar as críticas, mas disse que a decisão é uma ‘gigantesca injustiça’, motivada por ‘ressentimento’ e por ‘ódio’. Também pediu orações para afastar ‘sombras’ e ‘maus sentimentos’ das autoridades em Brasília. Ele discursou ao lado de Dallagnol.
“Se a gente se deixa dominar pelo ódio e pelo ressentimento, a gente se afasta cada vez mais de Deus e de Jesus. Então queria pedir para vocês orações, não só para que nós possamos ter Justiça na terra em relação ao Deltan, mas também para afastar as sombras dos corações e mentes de Brasília que podem fazer a diferença”, afirmou.
O ex-juiz da Operação Lava Jato também saiu em defesa da trajetória política de Dallagnol: “É a pessoa mais honrada que eu conheço, uma das melhores pessoas que eu já conheci. E eu digo isso sem ser um amigo próximo dele. Digo isso pela admiração profissional, pelo trabalho que ele fez nesse País. Quanto riscos ele assumiu?”
Como adiantou a Coluna do Estadão, adversários políticos do senador acreditam que ele pode ser perder o mandato até o final deste ano. Em entrevista ao blog, o ministro aposentado Marco Aurélio Mello criticou o TSE e disse que não descarta a cassação de Moro: “A essa altura nós estamos, passo a passo, ficando perplexos. Eu não estaria dormindo bem no lugar do Moro.”
O Estadão também conversou com Dallagnol. O deputado cassado prometeu tentar todos os recursos para manter seu mandato na Câmara. Os recursos podem ser enviados ao próprio TSE e ao Supremo Tribunal Federal. As chances de vitória, no entanto, são consideradas pequenas: o julgamento na Corte Eleitoral foi unânime e o STF tem maioria anti-Lava Jato.