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Catarata, hérnia, laqueadura e mais: veja as 10 cirurgias mais procuradas por pacientes na fila do SUS

Mais de 500 mil pessoas aguardam por cirurgia eletiva na rede pública em 16 estados e no DF, de acordo com dados do Ministério da Saúde. Programa federal quer reduzir a demanda pela metade.

Por Marina Pagno, g1

Em 16 estados e no Distrito Federal, mais de 566,9 mil pessoas estão na fila do Sistema Único de Saúde (SUS) para a realização de uma cirurgia eletiva, ou seja, uma cirurgia já marcada e sem urgência.

Os dados estão sendo coletados pelo Ministério da Saúde com ajuda dos estados para o Programa Nacional de Redução das Filas (PNRF), uma iniciativa do governo federal para tentar reduzir a espera por procedimentos de saúde no SUS, agravada nos últimos anos por conta da pandemia da Covid-19.

🩺 Na primeira etapa do programa, serão priorizadas as cirurgias eletivas – após, também virão os exames e as consultas especializadas.

✍ O governo federal fez uma lista das cirurgias a serem realizadas por meio do programa. Já os estados elaboraram planos locais e enviaram ao ministério, com um levantamento da quantidade de pessoas na fila e dos procedimentos cirúrgicos aguardados pelos pacientes.

✅ Até o dia 27 de abril, foram aprovados os planos de 17 unidades da federação: Acre, Alagoas, Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima e Santa Catarina.

Confira abaixo o ranking das 10 cirurgias mais procuradas no SUS nessas unidades da federação:

1. Cirurgia de catarata

A facoemulsificação com implante de lente intraocular dobrável, mais conhecida como cirurgia de catarata, é a que tem a maior fila declarada, com base nas informações de 16 estados e do DF: mais de 70 mil pessoas aguardam o procedimento nessas localidades.

  • A cirurgia de catarata é um procedimento simples e moderno, um dos mais feitos na oftalmologia;
  • É a única forma de tratamento para a doença, que deixa a lente natural do olho (cristalino) opaca, gerando perda de visão. Com a cirurgia, o paciente pode voltar a enxergar.

👁‍🗨 Segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), a facoemulsificação é a técnica cirúrgica mais avançada para a correção de catarata. É feita uma pequena abertura na córnea, através da qual a catarata é emulsificada e aspirada ao mesmo tempo. Após a retirada da parte opaca, o médico coloca uma lente intraocular para compensar o grau do cristalino normal.

🧓 A doença é mais comum na população idosa, com uma prevalência de mais de 70% nas pessoas acima de 75 anos. Dados do CBO estimam que haja 120 mil novos casos de catarata por ano no Brasil.

2. Colecistectomia

É a retirada da vesícula biliar, órgão que possui de 7 a 10 centímetros de comprimento e está localizado abaixo do fígado. A função da vesícula biliar é armazenar a bile, líquido que ajuda na digestão.

  • A cirurgia é indicada para tratamento de doenças relacionadas ao órgão, como a colelitíase (mais conhecida como pedras na vesícula) e a colecistite (uma inflamação da vesícula biliar).
  • O procedimento convencional remove a vesícula biliar por um corte no abdômen.
  • Essa intervenção é indicada em casos de inflamação no órgão, de acordo com um manual da Universidade Federal do Rio Grande (FURG).

➡️ Mais de 58 mil pessoas estão na fila do SUS em 17 unidades da federação para a realização dessa cirurgia.

3. Hernioplastia inguinal/crural (unilateral)

É a cirurgia de hérnia. A hérnia aparece na parede abdominal quando parte de um órgão (geralmente alças do intestino delgado) se desloca através de um orifício na parede abdominal, causando alteração da forma do abdômen.

  • Há vários tipos de hérnia. A mais comum é a inguinal, que aparece na região da virilha.
  • Já a hérnia crural se localiza entre a extremidade da bacia e o púbis, como se fosse um cisto interno na coxa.
  • Com a hernioplastia, é possível reposicionar o órgão no seu lugar e realizar o fechamento do defeito (buraco ou anel herniário).

🥑 De acordo com a Sociedade Brasileira de Hérnia e Parede Abdominal (SBH), as hérnias podem surgir em qualquer idade, mas são mais frequente nos adultos. Elas surgem por vários motivos, como fraqueza na musculatura da parede abdominal, hereditariedade, esforço físico excessivo, entre outros.

➡️ No SUS, a cirurgia de hérnia mais comum é feita por corte, com anestesia local, custo menor e baixo risco de complicações graves. São 41,3 mil pacientes esperando pelo procedimento.

4. Colecistectomia videolaparoscópica

Também é a remoção cirúrgica da vesícula biliar, mas por outro método. É feito um pequeno corte na cicatriz umbilical e introduzido um instrumento chamado laparoscópio, que possui uma câmera que passa a imagem para um visor, possibilitando que o médico enxergue dentro do abdômen.

➡️ Mais de 38,4 mil pessoas aguardam na fila do SUS para a realização desse tipo de procedimento.

5. Hernioplastia umbilical

É outra cirurgia de hérnia, mas essa é feita no umbigo. A hérnia pode surgir nesse local pelo não fechamento adequado do orifício de passagem do cordão umbilical ou por aumento de pressão intra-abdominal (como gestação ou obesidade).

👶 Bebês são mais vulneráveis a este tipo de hérnia, mas normalmente ela desaparece sozinha nos primeiros anos de vida, segundo a Sociedade Brasileira de Hérnia e Parede Abdominal (SBH).

➡️ No SUS, são 27 mil pessoas aguardando pela cirurgia.

6. Histerectomia total

É a remoção cirúrgica do útero. A histerectomia total é o tipo mais comum: o procedimento remove o útero e o colo do útero. Em alguns casos, também pode haver a remoção das tubas uterinas e dos ovários.

O procedimento é indicado em casos como aparecimento de miomas uterinos, hemorragias uterinas ou doenças na região, como câncer no colo do útero.

➡️ Na fila do SUS, são 20,9 mil pessoas na espera.

7. Hernioplastia inguinal (bilateral)

É o tratamento de hérnia que surge na região da virilha, mas, nesse caso, a doença afeta os dois lados da virilha do paciente (bilateral). A cirurgia de correção pode ser feita de forma simultânea.

➡️ Para essa cirurgia, a fila do SUS possui 13,5 mil pessoas em 16 estados e no DF.

8. Hemorroidectomia

É a cirurgia para hemorroidas. Ela é indicada para quem tem a doença, mas não vê melhora no tratamento clínico. Também é uma opção para diminuir os sintomas em graus mais elevados.

🩸 As hemorroidas são vasos internos, como “almofadinhas”, que se enchem de sangue quando há pressão na região. Nos casos em que o reto está sensibilizado, ocorre um sangramento ao fazer força.

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➡️ Mais de 13,8 mil pessoas estão na fila do SUS para fazer a cirurgia de hemorroida.

9. Laqueadura tubária

É um procedimento de esterilização feito em pessoas com o aparelho reprodutor feminino. A cirurgia interrompe o caminho entre o ovário e o útero com o corte das trompas. Isso impede o contato do óvulo com o espermatozoide e, consequentemente, uma gravidez.

📢 A laqueadura pode ser feita por quem tem mais de 21 anos ou pelo menos 2 filhos vivos. Não é mais necessária a autorização do cônjuge para realizar o procedimento. É uma cirurgia considerada simples e é irreversível.

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➡️ 12,5 mil pessoas aguardam na fila do SUS em 16 estados e DF para realizar o procedimento. De 2019 a 2022, foram realizados 324.272 procedimentos de laqueadura na rede pública. A média de idade das pessoas que realizaram o procedimento é de 30 a 34 anos.

10. Hernioplastia incisional

Mais um tipo de cirurgia de hérnia. As hérnias incisionais aparecem na parede abdominal no local de incisão de uma outra cirurgia feita pelo paciente.

  • Elas são identificadas como abaulamentos que aparecem em cima ou próximo de cicatrizes de cirurgias anteriores. Podem surgir dias após a cirurgia ou até anos depois.
  • De acordo com a Sociedade Brasileira de Hérnia e Parede Abdominal (SBH), esse tipo de hérnia ocorre em aproximadamente 12% das incisões realizadas.

➡️ No SUS, 10,3 mil pessoas aguardam na fila para fazer o procedimento em 17 UFs.

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