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Cúpula do Brics na África do Sul será presencial, apesar de mandado de prisão contra Putin

Em março, juízes do Tribunal Penal Internacional (TPI) em Haia emitiram mandados de prisão para o presidente russo e para a Comissária para os Direitos da Criança da Rússia, Alekseyevna Lvova-Belova, por crimes de guerra em áreas ocupadas na Ucrânia.

Por France Presse

O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, confirmou neste domingo (9) que a cúpula dos países do grupo Brics deste ano será realizada de forma “presencial”, apesar do mandado de prisão contra o presidente russo, Vladimir Putin (entenda mais abaixo). O evento está marcado em Joanesburgo, de 22 a 24 de agosto.

À repórteres, Ramaphosa disse que a cúpula do Brics “segue adiante” e que está “finalizando as discussões sobre o formato” do encontro entre os países.

O que é Brics

Fundado em 2006 como Bric, o bloco de países emergentes era, inicialmente, formado por Brasil, Rússia, Índia e China. Em 2011, o agrupamento econômico incluiu a África do Sul e passou a se chamar Brics, com o acréscimo do “S”, inicial do nome do país em inglês (South Africa).

Segundo o Ministério de Relações Exteriores, a reunião entre os países começou informalmente em 2006 com um encontro realizado em paralelo à Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU).

Então, desde 2009, os chefes de Estado e de governo dos países-membros passaram a se reunir anualmente, constituindo uma nova entidade político-diplomática.

O Brics não é um bloco político, tampouco uma aliança de comércio formal ou militar. Desde a sua criação, o grupo negocia tratados de comércio e cooperação com o objetivo em aumentar seu crescimento econômico.

Mandado de prisão contra Putin

Putin assumiu o cargo de presidente pela primeira vez em 31 de dezembro de 1999 — Foto: EPA/Via BBC

Putin assumiu o cargo de presidente pela primeira vez em 31 de dezembro de 1999 — Foto: EPA/Via BBC

Juízes do Tribunal Penal Internacional (TPI) em Haia emitiram em março mandados de prisão para o presidente russo, Vladimir Putin, e para a Comissária para os Direitos da Criança da Rússia, Alekseyevna Lvova-Belova, por crimes de guerra em áreas ocupadas na Ucrânia.

A Câmara de Pré-Julgamento II do TPI considerou que os dois acusados são responsáveis pelo crime de guerra de deportação ilegal de crianças de áreas ocupadas da Ucrânia para a Rússia, segundo comunicado do TPI.

Desde o início da guerra na Ucrânia, que completou um ano em 24 de fevereiro, a Rússia vem sendo acusada por organizações não-governamentais, por Kiev e até por uma investigação da Organização das Nações Unidas (ONU) de sequestrar crianças em regiões ucranianas tomadas pelo Exército do país e de levá-las para centros de “reeducação” em território russo.

O próprio Kremlin já admitiu o envio dos jovens ucranianos à Rússia, mas alega tratar-se de órfãos.

Anteriormente, em fevereiro de 2023, uma análise da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, indicou que a Rússia manteve menos 6 mil crianças ucranianas em campos de “reeducação” durante o conflito.

O procurador-chefe do TPI, Karim Khan, disse que centenas de crianças ucranianas foram levadas de orfanatos para a Rússia. “Muitas dessas crianças, alegamos, já foram entregues para adoção na Federação Russa”, disse ele.

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