Custo-benefício é medido a partir do preço e do rendimento de cada combustível. Trata-se de um cálculo médio, e resultado pode variar a depender de cada veículo, diz especialista.
Por André Catto, g1
Gasolina ou álcool (etanol)? Essa é uma das grandes dúvidas quando o assunto é custo-benefício na hora de abastecer veículos flex — aqueles que têm capacidade para funcionar com os dois tipos de combustíveis.
Para ajudar na decisão, o g1 preparou uma calculadora que indica o que mais vale a pena, com base na chamada regra dos 70% — que considera o preço e o rendimento de cada combustível.
Para usar a calculadora, basta selecionar o combustível (álcool ou gasolina), incluir o preço visto no posto e clicar para calcular:
Gasolina ou álcool: qual compensa mais
Como funciona a calculadora?
O cálculo médio é feito a partir do preço e do rendimento de cada combustível. Com a oscilação dos valores da gasolina e do etanol nos postos, a opção mais vantajosa pode variar.
Os preços também podem ser bem diferentes quando considerada cada região do país. Dados semanais da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), por exemplo, mostram essas discrepâncias nos levantamentos divulgados.
A conta média para saber o que mais vale a pena, no entanto, é sempre a mesma — e é menos complicada do que parece. Esse cálculo existe porque a gasolina rende mais do que o álcool.
Segundo especialistas, o etanol é mais vantajoso quando está custando até 70% do preço da gasolina.
A conta na prática
O cálculo da ferramenta do g1 é o seguinte: quando você seleciona e insere o preço do álcool, esse valor é dividido por 0,70 — ou seja, 70%. Já no caso da gasolina, o preço é multiplicado por 0,70.
Por que a regra dos 70%?
O professor Marcelo Alves, do Departamento de Engenharia Mecânica da Poli/USP explica que esse cálculo é baseado no poder calorífico dos combustíveis, que significa a quantidade de energia existente na molécula de cada um deles.
Moléculas são propriedades de uma substância composta por um ou mais átomos. Os átomos são, por sua vez, formadores de matéria. Ou seja, tudo aquilo que ocupa espaço e possui massa.
“O poder calorífico significa, portanto, o quanto você consegue extrair de energia por massa de combustível. Ou seja, por unidade de massa de combustível”, diz.
O professor elenca ainda outras especificações, considerando a densidade (relação entre a massa de um material e o que ele ocupa) de cada combustível. “Em um dia frio, por exemplo, tanto a gasolina quanto o álcool ficam mais densos, e essa variação de densidade não é igual para os dois.”
“A regra dos 70%, portanto, é válida como um número indicativo, baseado em um dado empírico [confirmado a partir de experiências]”, reforça.
Ele esclarece ainda que pode haver uma diferença conforme cada veículo, incluindo se o sistema de injeção de combustível no motor for otimizado para queimar etanol ou gasolina.
“Portanto, o motorista precisa analisar uma média para o seu próprio carro”, sugere.