Travadas na Receita Federal, joias de milhares de reais seriam supostamente um presente do governo da Arábia Saudita para Michelle Bolsonaro
Em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (6/3), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que “ninguém ganha presente de R$ 16 milhões”. A declaração refere-se ao imbróglio envolvendo o clã Bolsonaro e a Receita Federal, revelado pelo jornal O Estado de S.Paulo.
“É uma coisa absolutamente atípica. Ninguém ganha presente de R$ 16 milhões, e a Presidência da República não adotou os procedimentos cabíveis para incorporação ao patrimônio público, razão pela qual os auditores da Receita Federal, com propriedade, com muita razão, informaram o procedimento legal e mantiveram as joias no cofre da Receita Federal, em São Paulo, para que elas não fossem apropriadas indevidamente por quem quer que seja”, disse Haddad.
Segundo o ministro, qualquer cidadão que tentasse adentrar o país com joias desse valor precisaria declarar o montante à Receita Federal. “Se um cidadão comum receber um presente e quiser trazer para o Brasil, ele tem de declarar. Imagina um cidadão comum receber um presente no exterior? Ele tem que declarar esse presente e pagar o imposto”, afirmou.
Na última sexta-feira (3/3), o jornal O Estado de S.Paulo revelou que o governo de Bolsonaro, ex-presidente do Brasil, tentou trazer ao país joias avaliadas em mais de R$ 16,5 milhões, que teriam sido barradas pela Receita Federal. As peças seriam um presente do governo da Arábia Saudita para a então primeira-dama do Brasil, Michelle Bolsonaro.
Apesar das quatro tentativas de resgatar as peças, envolvendo o gabinete presidencial de Bolsonaro, três ministérios (Economia; Minas e Energia; e Relações Exteriores) e militares, os itens continuam retidos na Receita Federal.