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Zoológico de Brasília acolhe e reabilita animais atropelados no DF

De janeiro a junho deste ano, a instituição recebeu 14 animais atropelados em rodovias

Animais típicos da fauna sul-americana, os tamanduás-bandeira, considerados como ameaçados de extinção, estão entre os animais silvestres que mais morrem atropelados nas rodovias. No Distrito Federal (DF), ao se envolverem em algum acidente, esses animais – e outros de médio a grande porte – contam com o acolhimento e cuidado das equipes capacitadas do Zoológico de Brasília.

De janeiro a junho deste ano, o Hospital Veterinário (HVet) da instituição acolheu e tratou 14 animais atropelados. O tamanduá-bandeira Carrapato – apelido carinhosamente dado pela equipe após o animal dar entrada no HVet infestado pelo aracnídeo – foi um deles.

“AS NOSSAS GRANDES RESERVAS SÃO ILHAS DE VEGETAÇÃO EM MEIO À CIDADE. TODAS SÃO ISOLADAS POR ESTRADAS MOVIMENTADAS. MUITOS DESSES ANIMAIS SÃO TERRITORIALISTAS. QUANDO TÊM QUE SAIR DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO, INEVITAVELMENTE TÊM QUE ATRAVESSAR AS VIAS, O QUE AUMENTA A PROBABILIDADE DE UM ATROPELAMENTO”GABRIEL CAMPANATI, BIÓLOGO

Ele chegou ao hospital em 19 de junho com traumatismo craniano após ser atropelado em Cristalina, município no estado de Goiás. O animal conta com todos os cuidados da equipe de medicina veterinária para que se recupere e, se possível, volte para o seu habitat natural.

“A gente faz tratamento com remédio e com medicina integrativa, que são sessões de acupuntura, laserterapia, ozonioterapia e fisioterapia. A gente se dedica ao máximo para que ele se recupere e possa retornar para a natureza”, defendeu a veterinária Ana Luísa Guedes.

Carrapato está respondendo bem ao tratamento, mas segue internado e em observação em período integral pela equipe técnica. Gabriel Campanati é biólogo da instituição e, de acordo com ele, os atropelamentos envolvendo animais silvestres são comuns no DF.

A veterinária Ana Luísa Guedes diz que “faz tratamento com remédio e com medicina integrativa, que são sessões de acupuntura, laserterapia, ozonioterapia e fisioterapia. A gente se dedica ao máximo para que ele se recupere e possa retornar para a natureza”

“As nossas grandes reservas são ilhas de vegetação em meio à cidade. Todas são isoladas por estradas movimentadas. Muitos desses animais são territorialistas. Quando têm que sair das áreas de preservação, inevitavelmente têm que atravessar as vias, o que aumenta a probabilidade de um atropelamento”, explicou.

Além dos animais atropelados, o HVet acolheu, de janeiro a junho deste ano, mais 17 indivíduos que estavam com outros traumas oriundos de acidentes.

“A gente trata os animais que estejam com outros tipos de traumas também. Agora na época de seca, as queimadas aumentam e podemos começar a receber animais vítimas de incêndios florestais”, pontuou Ana Luísa.

Após reabilitados e em casos que a soltura no habitat natural é possível, a destinação desses animais fica a cargo dos órgãos de fiscalização ambiental, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Número 190

O Zoológico de Brasília somente recebe animais feridos que são destinados pelos órgãos ambientais, como o Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA).

Caso presencie algum animal silvestre ferido, o BPMA deve ser acionado pelo 190 para que faça a melhor destinação do animal, que pode ser o Zoológico de Brasília ou clínicas conveniadas.

“A gente só recebe animais pelos órgãos destinados a isso, como o BPMA, Ibama, Brasília Ambiental e as secretarias ambientais. Se a pessoa acreditar que seja uma emergência, ela deve ligar para o 190 e solicitar apoio do BPMA”, explicou o biólogo.

Thaís Miranda, da Agência Brasília | Edição: Saulo Moreno

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