Indicativo de paralização abre espaço para negociação entre categoria e governo
Na manhã da última quarta-feira (26), professores da rede pública de ensino do DF se mobilizaram em assembleia geral para decidir sobre paralização da categoria com o objetivo de pressionar o governo a atender as demandas dos servidores. Ficou acertado que os professores devem paralisar no próximo dia 4 de maio.
De acordo com o Sindicato dos Professores do DF (Sinpro), a comissão de negociação informou que, em reunião com o sindicato na segunda-feira (24), a Casa Civil, representando o GDF, assumiu o papel de coordenar a negociação sobre a reestruturação da carreira do magistério público. As secretarias de Economia e de Educação também participarão do processo. Uma nova reunião foi agendada para 3 de maio.
Movimentação repercutiu logo em seguida na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). Já no período da tarde da quarta-feira, vários parlamentares comentaram a decisão dos servidores pela paralização. Todos convergindo em busca de uma solução para evitar a paralização das aulas nas escolas públicas da capital.
O deputado Gabriel Magno (PT), que já foi diretor do Sinpro, destacou que “acampanha salarial começou no ano passado. O sindicato tem buscado diálogo com o governo desde então, mas hoje chegou-se ao limite, pois não há nenhuma proposta”.
Comprometendo o Legislativo local na solução do impasse entre professores e governo, o presidente da Casa, Wellington Luiz (MDB) e a deputada Paula Belmonte (Cidadania) se posicionaram favoráveis às negociações.
“Temos que trabalhar para evitar que essa greve aconteça. Vamos buscar uma solução”, prometeu Wellington Luiz. Já Paula pediu ao governo que escute os professores. “As escolas em greve representam um prejuízo para a sociedade. Faço um apelo para que o governo olhe as demandas dos professores e que estruture as escolas com psicólogos e assistentes sociais”, defendeu.
Reajuste
Após quase uma década sem correção salarial, foi aprovada pelos deputados distritais, no começo do mês de abril, proposta do governador Ibaneis Rocha que estabelece 18 % de aumento no salário dos servidores do Distrito Federal, incluindo os professores. O texto prevê reajuste linear em três etapas, com aumento de 6% a cada ano sobre o valor pago no ano anterior. De acordo com o governo, a primeira parcela será concedida a partir de 1º de julho de 2023, com pagamento no mês seguinte.
Reivindicações
Os professores e orientadores educacionais do DF pedem o GDF que haja a incorporação de gratificações (Gase e Gaped, por exemplo) e melhorias no processo de progressão na tabela salarial. Além disso, demandam melhores condições de trabalho, nomeação de todos os aprovados e aprovadas do último concurso público, e a valorização de todos os profissionais da educação, efetivos, temporários, aposentados e da ativa.