Presidente também voltou a criticar o atual patamar da taxa básica de juros do país e disse que “não temos inflação de demanda”
Pedro Zanatta da CNN
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, nesta quinta-feira (15), que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro vai crescer “possivelmente até mais” do que 2,5% neste ano.
“Nós vamos crescer acima do 0,9% [como diz o FMI]. Vamos crescer entre 2% e 2,5% e possivelmente até mais. Vou mostrar que o PIB cresceu, a economia vai estar estável “, disse Lula em entrevista a emissoras de rádio de Goiás.
O presidente disse ainda que quer um “país de classe média” e voltou a criticar o atual patamar da taxa básica de juros, a Selic. Lula voltou a argumentar que o país não vive uma inflação de demanda.
“Quero um país de maioria de classe média. Ninguém gosta de ficar vivendo de Bolsa Família. As pessoas querem sustentar suas famílias com o suor do seu trabalho. Não tem explicação nesse país uma taxa de 13,75% com uma inflação de 4,5%. Não temos inflação de demanda”, afirmou durante entrevista para rádio de Goiás.
A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), órgão do Banco Central (BC), para a definição da taxa Selic está marcada para a próxima quarta-feira (21).
O petista, ao comentar sobre obras e infraestrutura, afirmou que no dia 2 de julho o governo deve anunciar o novo PAC, classificando como “um novo começo de reconstruir tudo que ficou parado”.
“Vamos retomar todas as obras definindo prioridade. A partir do dia 2 de julho, vamos anunciar um novo PAC, um novo começo de reconstruir tudo que ficou parado nesse país. Vamos aproveitar esse mandato para recuperar o nosso país e fazer com que a sociedade brasileira tenha a certeza que o Brasil vai voltar a sorrir novamente”, afirmou.
A CNN havia informado que o “novo PAC”, plano de investimentos do governo para obras de infraestrutura, deve ser lançado pela gestão na primeira semana de julho.
O programa tem como ponto de partida uma lista de 499 obras e projetos apresentados pelos 27 governadores em uma reunião com Lula em janeiro. Cada estado levou ao Palácio do Planalto uma relação de empreendimentos prioritários a serem considerados no novo programa.
Lula lembrou do Desenrola, programa do governo federal para renegociação de dívidas de pessoas de baixa renda que estão com nome sujo. “Temos 72% da população brasileira endividada. Desenrola vem para tentar resolver parte dessas pessoas endividadas”, disse.
Agronegócio
Com relação ao agronegócio, Lula comentou sobre as perspectivas para as safras brasileiras e disse que o desafio é aumentar a capacidade produtiva do país sem prejudicar o meio ambiente.
“Vamos fazer um bom plano safra. Queremos que a agricultura continue crescendo para que a gente continue exportando. O que está em jogo é recuperar e aumentar a capacidade de agricultura desse país sem desmatar”.
O presidente disse ainda ser preciso “tratar o pequeno produtor como o grande produtor. Essa gente merece ser tratada com muito respeito”.
*Com colaboração de Lucas Schroeder