Carteira de crédito do Banco do Brasil cresceu 13,6% em um ano, para R$ 1,04 trilhão; recursos ao agronegócio tiveram alta de 22,7% no período
Danilo Moliterno da CNN/São Paulo
A presidente do Banco do Brasil (BB), Tarciana Medeiros, celebrou os resultados das carteiras de crédito da instituição no segundo trimestre deste ano e afirmou que os empréstimos vão avançar ainda mais conforme a Selic for cortada. Ela concedeu entrevista a jornalistas nesta quinta-feira (10).
“A inflexão da taxa de juros cria um ambiente para que a gente empreste cada vez mais”, disse.
A carteira do BB teve expansão de 13,6% em um ano, para R$ 1,04 trilhão. As operações que mais cresceram foram as destinadas ao agronegócio, com alta de 22,7% no mesmo período. A Selic foi cortada em 0,5 ponto percentual na última semana, recuando a 13,25% ao ano.
Medeiros indicou ainda que o avanço da carteira de crédito veio aliada à “gestão adequada de risco”. Em junho, a inadimplência da carteira do banco era de 2,73%, pelo critério de atrasos acima de 90 dias — abaixo da média do sistema financeiro.
Apontou ainda que o governo vai destinar R$ 240 bilhões à agropecuária no Plano Safra 2023/2024 — cifra recorde. O banco destaca ainda 44% da carteira do agro é sustentável.
Em sua fala, a presidente frisou ainda que, entre as 4,2 milhões de pessoas que tomaram alguma linha de crédito no Banco do Brasil no primeiro semestre, 2,2 milhões foram mulheres.
Inclusão e sustentabilidade
Medeiros destacou durante a apresentação dos resultados que o Banco vem cumprindo o que foi uma das principais promessas de sua gestão: conciliar a atuação comercial à função social.
O Banco do Brasil se comprometeu a oferecer, até 2030, 30 milhões em crédito para energias renováveis no país, além de 200 bilhões em crédito para agricultura sustentável, em um total de R$ 500 bilhões em carteira de negócios sustentáveis.
Segundo a presidente, o banco vem apoiando clientes para projetos geradores de crédito de carbono, especialmente na modalidade desmatamento evitável. Ela indica que 500 mil hectares foram protegidos no primeiro semestre.
Com direito a “bom dia a todes”, a presidente do Banco também destacou avanços institucionais relativos à inclusão. Segundo ela, metade do Conselho de Administração é composto por mulheres. Além disso, há dois membros negros e duas pessoas LGBTQIAPN+ (em um total de oito).
Afirmou ainda, em primeira mão, que o BB assumiu o compromisso de ser embaixador de três movimentos do Pacto Global, da ONU: Elas Lideram (2030), Raça é Prioridade e Salário Digno.
O Banco do Brasil encerrou o segundo trimestre deste ano com lucro líquido ajustado de R$ 8,785 bilhões, um aumento de 11,7% em relação a igual período do ano passado. Em relação ao primeiro trimestre deste ano, o resultado do banco subiu 2,8%.
Entre janeiro e junho, o lucro do BB subiu 19,5% em relação ante igual intervalo do ano passado, para R$ 17,335 bilhões. O banco público, o segundo maior do país em ativos, tem sustentado resultados acima dos pares de capital privado diante de uma carteira de crédito mais protegida da inadimplência trazida pela alta dos juros e da inflação a partir do ano passado.
A margem financeira do banco, que mede o resultado com operações que rendem juros, foi de R$ 22,887 bilhões, crescimento de 34,2% em um ano puxada pelas operações de tesouraria. A receita financeira com operações de crédito foi de R$ 33,614 bilhões, 28,3% maior que no mesmo intervalo de 2022, e 4,1% maior em três meses.