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G-20 vê riscos para o crescimento a longo prazo, decorrentes de ‘crises em série’

Rascunho do comunicado deverá trazer um alerta sobre a necessidade de se reforçar a coordenação das políticas macroeconômicas

Por Jorge Valero, Bloomberg

Os líderes do G-20 (grupo das principais economias mundiais) farão um alerta de que as “crises em série” representam desafios ao crescimento econômico de longo prazo, o que reforçaria a necessidade de coordenação das políticas macroeconômicas, segundo uma fonte a par do rascunho do comunicado final da reunião de cúpula em Nova Déli, na Índia.

O grupo, que se reúne neste fim de semana, planeja ressaltar que a incerteza com as perspectivas econômicas continua elevada e que os riscos continuam altos. Eles veem o crescimento econômico global como desigual e abaixo da média de longo prazo, continuou essa fonte, o que aumenta a necessidade de políticas fiscais e monetárias bem coordenadas para apoiar o crescimento.

Os líderes também planejam dizer que os bancos centrais do G-20 continuam bastante empenhados em obter a estabilidade dos preços, com os governos devendo priorizar medidas específicas para ajudar os pobres, mantendo ao mesmo tempo a sustentabilidade fiscal no médio prazo. Eles alertarão que as turbulências bancárias recentes mostram a necessidade de as autoridades permanecerem ágeis, disse essa fonte.

Os líderes do G-20 se reúnem no momento em que a economia mundial enfrenta os desafios de uma possível recessão nos Estados Unidos, desaceleração econômica da China e uma inflação alta, que está corroendo o poder de compra no mundo todo.

Quase todo o texto do comunicado já foi acertado, exceto uma parte que trata da geopolítica e se refere principalmente à invasão da Ucrânia pela Rússia, disseram fontes a par das discussões.

Em entrevista à Boomberg no avião, a caminho da Índia, Rishi Sunak, o primeiro-ministro do Reino Unido, apontou a China por bloquear os esforços para se chegar a um consenso, dizendo que as discussões que antecederam a reunião de cúpula de dois dias foram “difíceis”. O clima e a guerra na Ucrânia deverão dominar as discussões, disse ele.

Fontes disseram que a China parece ter abandonado sua oposição inicial às medidas climáticas, bem como à linguagem usada nas discussões sobre o conflito entre a Ucrânia e a Rússia, esta uma importante aliada diplomática da China.

“Gostaríamos de trabalhar para obter resultados frutíferos na cúpula de Nova Deli”, disse nesta sexta-feira (08) Mao Ning, uma porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, em uma entrevista coletiva em Pequim. “Sobre as mudanças climáticas, o lado chinês espera que todas as partes possam levar em consideração as preocupações umas das outras e trabalhar em conjunto para a solução das mudanças climáticas.” (Colaborou Alberto Nardelli)

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